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Os intérpretes em Nuremberg.

O Tribunal de Nuremberg

O Palácio da Justiça de Nuremberg, construído em 1916, milagrosamente sobreviveu aos ataques aéreos dos Aliados. Simbolicamente, o local foi escolhido para sediar o julgamento de 24 figuras proeminentes do Partido Nacional-Socialista após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. No dia 20 de novembro de 1945, em um processo que levaria dez meses para ser concluído, oito juízes representantes das quatro potências da época determinariam se os réus eram culpados ou não de crimes contra a humanidade. Esse evento ficou conhecido como o Tribunal de Nuremberg.

Antes mesmo do julgamento começar, os organizadores sabiam que teriam de superar um obstáculo crucial para possibilitar a audiência: A barreira linguística. O júri era composto de soviéticos, americanos, britânicos e franceses, o promotor falava inglês e os réus e seus advogados eram alemães. O método de interpretação convencional seria intrusivo aos procedimentos da corte e o julgamento não seria legalizado se os acusados não pudessem acompanhar.

A solução veio a partir da visão de Coronel Léon Dostert, intérprete do exército americano, e a execução da IBM, uma empresa de tecnologia fundada em 1911. Tratava-se de um sistema de cabines com isolamento acústico onde os intérpretes para diferentes idiomas se revezariam. O microfone era conectado aos fones usados pelos juízes e pelos réus, possibilitando uma tradução simultânea ágil e discreta.

A partir dali, a presença de intérpretes na televisão, teatros e eventos se tornou cada vez mais comum. O Tribunal de Nuremberg marcou o nascimento da tradução simultânea, como conhecemos hoje em dia.

Em memória às raízes da interpretação, a exposição “1 julgamento, 4 línguas”, curada pela intérprete alemã Elke Limberger-Katsumi, apresenta registros históricos da época, como as icônicas fotos de um júri inteiro usando fones e dos profissionais nas cabines. Organizada em parceria com a AIIC Brasil, a contraparte brasileira da Associação Internacional de Intérpretes de Conferência, e a APIC, Associação Profissional de Intérpretes de Conferência, a amostra foi apresentada em português e nas quatro línguas usadas no julgamento.

Interpret2B

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